Este é o meu último post desta série de textos, então espero que vocês aproveitem. Pois bem, já falei muito do passado, vamos então discutir o presente, qual arte é a que mais representa os dias modernos? Se você respondeu grafite, parabéns, você acertou! Apenas uma questão, é um modo de expressão muito controverso, muitas pessoas dizem que é apenas vandalismo, e outras veem como uma maneira de se rebelar contra o sistema, muitas vezes numa crítica a como a maneira que a sociedade se organiza.
Em linhas mais gerais, o grafite é uma espécie de arte urbana na qual o artista pinta desenhos em locais públicos (muros, edifícios, ruas, etc). Nos momentos atuais o grafite teve sua origem no Hip-Hop juntamente com o rap e o breakdance, se fazendo presente principalmente nos EUA. Mas, como não podemos esquecer nosso recorte no Brasil, o grafite surgiu na década de 70, durante a ditadura militar, quando havia muita censura por parte do governo. Tal arte é muito caracterizada pelo anonimato em seu inicio, dessa forma os grafiteiros brasileiros utilizaram desse espaço público para passar sua mensagem, seja ela de cunho político, social, cultural, humanitário e, principalmente, artístico.
O precursor dessa arte no Brasil foi um homem chamado Alex Vallauri (1949-1989), ele pintava muito em muros, desenhos que eram objetivos em meio ao caos da cidade, o que facilitava a compreensão da mensagem que o artista queria passar. Atualmente, dois artistas dominam o cenário do grafite brasileiro, sendo denominados de OSGEMEOS, irmãos, Gustavo e Otavio Pandolfo, que tiveram uma infância humilde encontraram um jeito de se comunicar com o mundo através de sua arte, com uma grande influência da cultura do Hip-Hop dos anos 80, além de suas grandes técnicas de pintura, desenho e escultura.
Uma curiosidade interessante é que todas as suas esculturas são provenientes de materiais reciclados. Se você mora em São Paulo com certeza já viu alguns de seus trabalhos. Mas eles estão presentes também em museus do mundo inteiro.
A Rainha do Frango Assado em Pic-nic no Glicério, de Alex Vallauri, em 1985.
Ficheiro: O Estrangeiro, por Os Gêmeos, em 2011.
Enfim, a arte está em constante movimento, num dia você vê apenas um muro e no outro Boom!- uma obra de arte surge ali, uma maneira de se rebelar, de compreender e criticar as máquinas da sociedade. A arte não foi feita para se acomodar e sim para incomodar, retratar a sociedade como é e como ela poderia ser. Espero que você tenha entendido minha mensagem de que artistas são essenciais e formadores de cultura em nossa sociedade no presente, passado e no futuro. Dessa forma seus trabalhos e histórias devem ser valorizados. Artistas são lutadores e rebeldes, e como diz o ditado, se não se pode lutar contra eles, junte-se a eles.
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